Educação Infantil para BNCC

Meu nome é Jussara Moinhos Sou professora aqui na EMEI Maria Simonetti Tomé, que é uma escola de Educação Infantil de São Caetano do Sul, em São Paulo

E hoje eu fiz com as minhas crianças uma atividade no tanque de areia com materiais não estruturados Eu escolhi a areia porque a areia é um material que toma forma dos objetos A gente vai fazer uma brincadeira lá no tanque de areia, tá bom? Pode pegar o que quiser para brincar, tá legal? Legal, Dora, pode pegar o que você quiser, tá bom? Vamos lá para o tanque de areia? Essa atividade da professora Jussara é uma atividade que, de cara, a gente poderia identificar ao campo de Tempos, Espaços, Relações e Transformações, porque ali estão em jogo vários conceitos, inclusive da Física Ela fala em transvasamento, mas a gente está vendo ali que existe uma pesquisa das crianças relacionada a volume, a ocupação de espaço e outros conceitos, que são conceitos da física Eu escolhi para essa atividade alguns materiais do tipo tampinhas, funis, cartelas de ovo, partes de conduíte Todos esses materiais, pela plasticidade eles possibilitam para as crianças muitas pesquisas, muitas investigações, porque eles têm uma variedade de tamanho, eles têm uma variedade de cor Eles se encaixam, ou não

Eles tomam outra forma, ou não Então a gente precisa sempre pensar em materiais que dão conta de algumas características que você quer que as crianças pesquisem Qual que é o papel do professor na hora de pensar na brincadeira? Antes da brincadeira começar o papel seria pensar num espaço bacana, pensar em quais materiais vão proporcionar pesquisas pras crianças Tudo tem que ter uma intencionalidade, não é colocar qualquer objeto em qualquer lugar Também é papel do professor fazer os combinados com a equipe da sala A equipe precisa saber o que vai acontecer, como vai acontecer, qual o papel deles dentro da brincadeira O papel do adulto, do professor, é observar e registrar para depois repensar a atividade, fazer um mapa de registros de investigação do que as crianças estão fazendo

Eu vou observando as crianças durante a investigação e vou registrando aquilo que me chama a atenção Por exemplo, a Natalia estava usando o funil para despejar areia no pezinho dela e aí ela tava sentindo e percebendo uma propriedade da areia que é aquilo que para no meu pé e aquilo que escorre do meu pé E aí que outros materiais eu poderia oferecer para a Natalia para que ela pudesse ampliar essas pesquisas que ela tava fazendo Então, eu poderia dar para ela, por exemplo, a água Essas sensações que as crianças vão pesquisando vão dando oportunidade para elas de sentir, por exemplo, o próprio limite corporal, que é algo muito importante nessa faixa etária

Então a gente vê aí, de uma forma muito intensa, acontecerem experiências que estão relacionadas a outro campo, que é o campo de Corpo, Gestos e Movimentos Ao mesmo tempo, nessa atividade da brincadeira das crianças com areia, em que eles descobrem tantas coisas, está acontecendo também, estão acontecendo também experiências dentro do campo O Eu, o Outro e o Nós Aliás, essas experiências de construção da subjetividade elas são importantíssimas na Educação Infantil e esse campo está presente em qualquer coisa que as crianças façam Então a oportunidade de estar brincando juntos, de um olhar para o outro enquanto estão fazendo suas pesquisas, no caso com esse material plástico, que oferece essa possiblidades tão bacana, tão importante para as crianças pequenas, que é de fazer e desfazer, montar e desmontar, isso é uma coisa constitutiva do eu, da subjetividade e que está em jogo ali nessa atividade Então, temos aí uma ideia da Base e dos campos de experiência em movimento, dinâmicos, o tempo todo

O tempo todo se interpenetrando e proporcionando que as crianças vivam experiências várias, não só relacionadas a um aspecto Quando a atividade termina o que a gente faz com todo o material que eu consegui colher, com todas as fotos, com todas as falas das crianças que eu observei? Eu me reúno com a minha equipe, com as meninas da sala, para que eu possa contar pra elas o que eu observei, mostrar as fotos que eu tirei E para que elas tenham a chance também de me contar coisas que elas observaram e que talvez eu não tenha observado E tudo isso, toda essa informação serve para que a gente pense em novas atividades, novas propostas, com novos desafios ou até mesmo com os mesmos desafios No momento em que a Base propõe olhar para a experiência da criança, ela está nos convidando a pensar numa perspectiva muito mais das aprendizagens das crianças do que do ensino, do professor

Então tem aí uma coisa que a gente tem começado a chamar de uma revolução no olhar

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